com capota

chovia a cântaros e os pára brisas trabalharam horas extra. felizmente o capote dessa noite foi Philip Seymour Hoffman, brilhante no seu papel e fazendo jus ao galardão recebido na noite dos Oscares. aliás, o filme vale pela excelente versatilidade deste actor que não vacila na voz, nos trajeitos, e não deixa escapar um só pormenor da polémica figura de Truman Capote. e não escapa. a estória é um todo comum a relatos de alguns dos crimes que, nos dias de hoje, já se tornaram notícia nos telejornais da noite. o filme parece que acompanha o tempo real em que uma hora é uma hora, lenta e vagarosa, e o espectador fica impaciente pelo final do filme. é fantástica a forma como protagonista e anti-protagonista se misturam, chegando mesmo a confundir-se quem terá a alma mais distorcida: se o artista da voz suave e manipuladora ou o criminoso com olhos de cão abandonado e indefeso.