fazer ou não fazer eis a questão

há coisas que me continuam a irritar como se fosse a primeira vez. porque não as compreendo e nunca as compreenderei. como por exemplo, a falta de brio. nas pessoas e em todas as suas interacções, com os outros, com os compromissos, com as responsabilidades. muito mais que ser profissional, e mais ainda bom profissional, é sê-lo com brio. muito mais que fazer bem, é fazê-lo com orgulho, com determinação e vontade de querer fazer melhor, ainda que as dificuldades surjam ou alguém nos tente sabotar. não pelos outros, mas por nós, pelo que nos move enquanto seres vivos, que sentem e dão algo ao mundo que os acolhe. muito mais que fazer é saber-se que se fez o melhor, que se deu tudo, e sentir a tranquilidade de uma consciência activa e interveniente. sempre me incomodou a mentalidade do fazer-por-fazer-ou-fazer-porque-cai-mal-não-fazer-ou fazer-porque-cai-bem-fazer-embora-não-apeteça. ou então, chatear os outros porque fazem de outra maneira. chateiam-me os lemas quase clubísticos de "somos uma equipa", quando nem da mesma cor gostamos e não conseguimos afastar-nos do nosso objectivo individual em prol de um bem comum. enfim, existem inúmeras combinações possíveis. a verdade é que alguém um dia disse, e por repetição maternal sempre o fixei como uma máxima de vida: "custa só mais um bocadinho fazer BEM". senão, mais vale não se meterem nisso.